Jornalismo deve se autorregular para evitar censura, dizem especialistas
Especialistas participam de fórum sobre democracia em São Paulo.
Para jornalistas, liberdade é valor que independe da vontade da maioria.
Para jornalistas, liberdade é valor que independe da vontade da maioria.
Jornalistas discutem restrições à liberdade de expressão (Foto: Mariana Oliveira / G1)
Para evitar o risco de um eventual controle da mídia pelo Estado, o jornalismo deve se autorregular, afirmaram jornalistas que discutiram o tema “Restrições à Liberdade de Expressão” nesta segunda-feira (1º) durante o 1º Fórum “Democracia & Liberdade de Expressão”, em São Paulo.
Participaram do debate o jornalista Carlos Alberto Di Franco, doutor em comunicação pela Universidade de Navarra e professor de Ética; o jornalista e vice-presidente de Relações Internacionais do Grupo Abril, Sidnei Basile; e o jornalista e cineasta Arnaldo Jabor.
Todos concluíram que a liberdade de expressão é um valor que deve ser cultivado independentemente da vontade da maioria.
Sidnei Basile lembrou que “não é o Estado que fiscaliza a imprensa, mas sim a imprensa que fiscaliza o Estado”. “O tamanho da liberdade de expressão se dá pela autorregulação. Para que nós possamos mergulhar em um regime de autorregulação de boa fé”, afirmou.
Di Franco afirmou que o Conselho de Autorregulamentação da Publicidade (Conar) é um bom exemplo para o jornalismo.
Participaram do debate o jornalista Carlos Alberto Di Franco, doutor em comunicação pela Universidade de Navarra e professor de Ética; o jornalista e vice-presidente de Relações Internacionais do Grupo Abril, Sidnei Basile; e o jornalista e cineasta Arnaldo Jabor.
Todos concluíram que a liberdade de expressão é um valor que deve ser cultivado independentemente da vontade da maioria.
Sidnei Basile lembrou que “não é o Estado que fiscaliza a imprensa, mas sim a imprensa que fiscaliza o Estado”. “O tamanho da liberdade de expressão se dá pela autorregulação. Para que nós possamos mergulhar em um regime de autorregulação de boa fé”, afirmou.
Di Franco afirmou que o Conselho de Autorregulamentação da Publicidade (Conar) é um bom exemplo para o jornalismo.
“O Conar é um modelo. Os publicitários tomaram a iniciativa de se autorregular. Tem um tribunal que sugere mudanças nas propagandas, e a coisa funciona muito bem sem a interferência do Estado. Não é o Estado que deve ser o tutor da sociedade.”
O cineasta Arnaldo Jabor, porém, lembrou que a autorregulação no jornalismo é um pouco mais complexa do que na publicidade.
O cineasta Arnaldo Jabor, porém, lembrou que a autorregulação no jornalismo é um pouco mais complexa do que na publicidade.
“Acho que tem que haver autorregulação na publicidade, mas na imprensa a situação é mais complicada. (...) Acho sutil, algo delicado”, disse, afirmando que há possibilidade de uma autorregulação também gerar censura.
Jabor afirmou que a democracia no Brasil corre risco com um “populismo controlador”. “Sem paranoias e nem partidarismo, o perigo é de um populismo de controle social, de controle da opinião, da imprensa. (...) É um perigo de que haja espaço para revitalização de um governo controlador, de uma velha esquerda superada.”
Jabor afirmou que a democracia no Brasil corre risco com um “populismo controlador”. “Sem paranoias e nem partidarismo, o perigo é de um populismo de controle social, de controle da opinião, da imprensa. (...) É um perigo de que haja espaço para revitalização de um governo controlador, de uma velha esquerda superada.”
Receitas
Basile questionou ainda proibições publicitárias que prejudicam a arrecadação das empresas jornalísticas.
“Esse trabalho de colocar a imprensa na defensiva, para enfraquecer nossas fontes de financiamento através da publicidade são pretextos cínicos. Pegue por exemplo as bebidas alcoólicas. Produzir não é crime, mas a propaganda sim.”
“Esse trabalho de colocar a imprensa na defensiva, para enfraquecer nossas fontes de financiamento através da publicidade são pretextos cínicos. Pegue por exemplo as bebidas alcoólicas. Produzir não é crime, mas a propaganda sim.”
Democracia
Os jornalistas que participaram do debate afirmaram que a liberdade de expressão deve ser preservada sempre, independentemente da vontade da maioria.
“Há valores que estão fora da discussão consensual. Se você mata a democracia, mata o ser humano. Há valores que não dependem só de consenso quantitativo”, afirmou o jornalista Di Franco.
Basile, do Grupo Abril, lembrou que “a ditadura da maioria” demonstra historicamente casos de insucesso.
Para Jabor, “é fácil cair na idéia de que o autoritarismo é necessário”. “Não é difícil. A democracia é um conceito sofisticado. De alta classe, de norma culta. É fácil se cair na ideia de que o autoritarismo é necessário”, afirmou. Para o cineasta, a imprensa tem que ter uma atitude agressiva para evitar esse “perigo”.
“Há valores que estão fora da discussão consensual. Se você mata a democracia, mata o ser humano. Há valores que não dependem só de consenso quantitativo”, afirmou o jornalista Di Franco.
Basile, do Grupo Abril, lembrou que “a ditadura da maioria” demonstra historicamente casos de insucesso.
Para Jabor, “é fácil cair na idéia de que o autoritarismo é necessário”. “Não é difícil. A democracia é um conceito sofisticado. De alta classe, de norma culta. É fácil se cair na ideia de que o autoritarismo é necessário”, afirmou. Para o cineasta, a imprensa tem que ter uma atitude agressiva para evitar esse “perigo”.
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